29 agosto 2010

PAI NOSSO DO CATEQUISTA

PAI - NOSSO QUE ESTAIS NO CEU,
Pai de todos nós, vossos seguidores
Pai presente na missão de todos os catequistas
Pai que estais presente nos catequizandos que formamos
Pai, primeiro catequista da humanidade e mestre de sabedoria.
SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME;
Santificado seja o vosso nome nas palavras que pronunciamos
Santificado seja o vosso nome no tempo que dedicamos aos catequizandos
Santificado seja o vosso nome pelo catequista que somos.
VENHA NOS O VOSSO REINO,
Reino de paz e humanidade
Reino de fé e Constancia
Reino de forca e coragem
Reino de serviço e doação
SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NO CEU;
Seja feita a vossa vontade nas palavras que dizemos
Seja feita a vossa vontade em tudo que testemunhamos
Seja feita a vossa vontade no testemunho que damos
Seja feita a vossa vontade no coração de todos.
O PAO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE;
Dai-nos o pão da esperança e segurança
Dai-nos o pão da vossa Palavra, o Evangelho.
Dai-nos o pão para comer, pão que sacia a fome.
Dai-nos o pão da fé e do vosso Amor, a Eucaristia.
PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS , ASSIM COMO NÓS
PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO;

Perdoai nossa fraqueza na fé
Perdoai nosso desanimo e descompromisso cristão
Perdoai nossa não correspondência ao vosso amor
Perdoem todos os que praticam o mal
E NAO NOS DEIXEI CAIR EM TENTACAO, MAS LIVRAI-NOS DO MAL
Livrai-nos da tentação, da ambição e do orgulho
Livrai-nos da tentação de não falar em nome da vossa igreja
Livrai-nos da tentação do comodismo
Livrai-nos da tentação de não professar, com atos, a fé que assumimos.
AMEM !

28 agosto 2010

COMO FORMAR CRISTAMENTE OS PAIS?


Como formar cristãmente os pais? Esta pergunta, sempre pertinente, tem hoje uma ressonância peculiar, sobretudo em razão duma nova configuração da família: família nuclear, família com pouco tempo para o convívio familiar, família influenciada pelos meios de comunicação social, famílias com indefinição de papeis e de responsabilidades, família privatizada, família atípica, em número cada vez maior, etc.
Esta nova situação da família, designadamente da família na Europa, exige “à Igreja que anuncie com renovado vigor aquilo que diz o Evangelho sobre o matrimónio e a família, para individuar o seu significado e valor no desígnio salvífico de Deus. (…). Impõe-se redescobrir a verdade da família, enquanto íntima comunhão de vida e de amor, aberta à geração de novas pessoas; e também a sua dignidade de « igreja doméstica » e a sua participação na missão da Igreja e na vida da sociedade.
Segundo a Exortação apostólica Pós-Sinodal, “A Igreja na Europa”, “é necessário reconhecer que muitas famílias, pela sua existência vivida quotidianamente no amor, são testemunhas visíveis da presença de Jesus que as acompanha e sustenta com o dom do seu Espírito. Para apoiá-las no seu caminho, dever-se-á aprofundar a teologia e a espiritualidade do matrimónio e da família; proclamar, com firmeza, integralmente e mediante exemplos eficazes, a verdade e a beleza da família baseada no matrimónio, visto como união estável e fecunda dum homem e duma mulher; promover, em cada comunidade eclesial, uma pastoral familiar adequada e orgânica. Ao mesmo tempo é preciso prestar, com materna solicitude por parte da Igreja, uma ajuda àqueles que se encontram em situações difíceis, como, por exemplo, mães solteiras, pessoas separadas, divorciadas, filhos abandonados. Em todas as circunstâncias é necessário estimular, guiar e apoiar o devido protagonismo das famílias, singularmente ou associadas, na Igreja e na sociedade, e diligenciar para que se promovam políticas familiares autênticas e adequadas por parte dos diversos Estados e da própria União Europeia” (EE, 90-91)
 
Esta nova situação da família é um claro desafio à evangelização e ao trabalho sério e responsável com os pais das crianças e adolescentes que participam na catequese das nossas comunidades paroquiais.
Como vimos já, o trabalho com pais exige uma análise cuidada da realidade familiar local e sua participação na catequese, a proposta de objectivos e acções concretas, uma planificação (partilhada), uma temática significativa, e uma didáctica atraente e esmerada.
Para conseguir tais objectivos, e tendo em conta apenas o que nos cabe de ajuda possível, deixamos aqui duas pistas: uma relativamente à temática e outra relativamente à didáctica ou estratégia a desenvolver
 
UMA PROPOSTA TEMÁTICA
 
Em 1989, sob a orientação do então director do Secretariado da Catequese de Coimbra e hoje Bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal de Educação Cristã, a Gráfica de Coimbra publicou um livro intitulado “Formação Cristã de Pais (Temas para reuniões de pais) — Da catequese dos filhos à formação dos Pais”.
Este guião, como se lhe chama na apresentação, segue “de perto o itinerário de catequese dos filhos até à Profissão de Fé ou Comunhão Solene” e oferece “dezoito temas para reuniões de pais (prevendo três reuniões por ano ao longo de seis anos) que nos ajudam a reflectir as principais realidades da fé que são comunicadas nesse período da catequese”.
O “guião” não oferece todavia a planificação ou operacionalização desses temas. Tendo em conta a nossa realidade diocesana, e reconhecendo a actualidade dos temas, ainda que sugerindo uma actualização considerável no tratamento e desenvolvimento dos mesmos, sobretudo em razão dos anos e acontecimentos ocorridos, das recentes orientações do magistério e da análise circunstancial de cada região, ousamos apresentar aqui uma estruturação possível destes temas para a infância e sugerir (o que não acontece no guião referido) estrutura idêntica para a catequese da adolescência:
 
REUNIÕES DE PAIS — CATEQUESE DA INFÃNCIA
 

1º Ano
2º Ano
3º Ano
4º Ano
5º Ano
6º Ano

 

Tema 1

(1º Periodo)
 
A Catequese hoje:
O que é e como se organiza
 
A educação moral da consciência

 
Lugar da Eucaristia na vida cristã
 
(Iniciação à ) Leitura do Evangelho em família
 
Desenvolvimento psicológico e educação da fé

 
Em que acredita o cristão

 

Tema 2

(2º Periodo)
 
Catequese dos filhos e formação cristã dos pais
 
Iniciação ao sentido do pecado e reconciliação
 
O Domingo,
Celebração indispensável para o cristão
 
Lugar da Palavra de Deus na vida cristã
 
Diálogo em família
 
A Dinâmica da fé cristã

 

Tema 3

(3º Periodo)

 
Iniciação à oração e oração em família
 
Primeira Comunhão, iniciação cristã das crianças
 
Família, paróquia e escola na educação da fé
 
A paróquia, comunidade de fé, esperança e caridade
 
Família Cristã, Igreja Doméstica
 
A Profissão de Fé
 
REUNIÕES DE PAIS — CATEQUESE DA ADOLESCÊNCIA
 

7º Ano
8º Ano
9º Ano
10º Ano
Tema 1
(1º Período)
Traços psicológicos da Adolescência
O Adolescente, ser em relação
A tarefa de ajudar a viver com sentido
Comprometidos com a ousadia de crer
Tema 2
(2º Período)
Valores para uma vida com projecto
Em relação com a pessoa de Jesus
Viver ou não viver segundo o Evangelho
Esta é a fé da Igreja
Tema 3
(3º Período)
A religiosidade do Adolescente
A Igreja, lugar de relação vital
Escolher a esperança
A fé que celebramos
 
Esta proposta temática tem como suporte os objectivos e competências assinaladas em cada bloco do guia do Catequista. Na preparação do que dizer, seria conveniente analisar com cuidado o que se aponta em cada bloco e adoptar ou reformular os objectivos aí propostos.
 
ESTRATÉGIA A DESENVOLVER
(Aspectos sobre “Como orientar as reuniões de pais”).
 
Uma Reunião de Pais, em catequese, nada tem a ver com uma Assembleia de Pais escolar. São encontros para sensibilizar, formar e evangelizar. Não podem ser uma instância de juízo ou censura de comportamentos, nem para “sermões ou discursos” mais ou menos moralizantes.
Assim, o orientador duma reunião de pais (padre ou catequista) deve ser um facilitador do processo comunicativo. O objectivo é transformar “pais clientes” em “pais colaboradores” e parceiros educativos. A reunião de pais “precisa de ser participada por todos os presentes sem deixar de ser orientada”. Há que interpelar, incentivar a participação, motivar, “manter o rumo da reunião e ajudar a alcançar uma conclusão clara”. “Importa preocupar-se também do como vai dizer e de quem e como vai ouvir”.
Há que cuidar com atenção e esmero das questões relativas ao encontro propriamente dito. Neste contexto, há que ter em atenção (que é preciso):
1) A convocatória / convite e a agenda — Esta convocatória / convite deve ser enviada atempadamente (nem muito antecipadamente nem em cima da hora); deve ser graficamente bem apresentada e agradável (não necessariamente de ser sempre em papel — podemos socorrer-nos de outros materiais baratos e acessíveis — apenas mais trabalhosos); deve ser mais criativa que formal; deve utilizar uma linguagem (não simplesmente verbal) simples e acessível; deve suscitar curiosidade e interesse pelo tema a apresentar; deve indicar de modo claro e inequívoco o tema, o local onde se realiza e a hora a que se começa;
2) O acolhimento — Como na catequese também o acolhimento aos pais é relevante. O acolhimento ambiencial deve ser cuidado: em sala limpa, bem iluminada, com cadeiras para todos, aquecido ou arrefecido, disposta convenientemente de acordo com os meios ou estratégias que se vão desenvolver; com arranjos florais convenientes, música de fundo, etc; O acolhimento humano deve ser significativo, acolhendo cada um dos casais que vão chegando e à medida que vão chegando, identificando-os como pais de, cumprimentando-os, suscitando à vontade; já em grande grupo, saudar cordialmente todos e dar as boas vindas.
3) A apresentação do tema — Na apresentação do tema sugerimos que se utilize o itinerário catequético, isto é, que se parta sempre d(e algum)a experiência humana significativa e comum a todos, se faça a leitura desta situação à luz da Palavra (escrita ou transmitida) e se possibilite a conversão em ordem a um agir novo e diverso; Seia também utilizarmos, tanto quanto possível, métodos activos: dinâmicas de grupo e audiovisuais. Para alguns dos temas propostas poder-se-á convidar pessoas mais habilitadas e de reconhecida qualidade intelectual (e se possível também espiritual). O convite a estas pessoas terá de ser devidamente enquadrado dentro dos objectivos a atingir e competências a desenvolver. Nesta situação também se pode fazer uma parceria entre o convidado, o orientador e os pais.
4) Trabalhos de Grupo e/ou reuniões de grupo — Se a reunião for para um grupo muito grande de pais (o que de todo se desaconselha) podem reunir-se, em algum dos momentos por grupos, seja para qualquer trabalho relativo ao tema, seja para diálogo concreto e orientado com o catequista respectivo. Os trabalhos de grupo podem funcionar como uma estratégia para “fazer falar”, sobretudo na abordagem de temas difíceis.
5) Oração e cântico finais. Se se seguiu o itinerário catequético, este momento será obviamente dispensável. Noutra situação será recomendável terminar com uma breve oração e cântico (ensaiado durante o acolhimento, do conhecimento de todos ou de fácil aprendizagem).
6) Breve convívio. Às vezes, entre dois dedos de conversa, entre dois goles de chá ou café, descobrem-se e dizem-se coisas profundamente sérias e significativas sobre os filhos, o modo de ser pais, etc. Seria oportuno, no final ou num intervalo, convidar e proporcionar um chã ou café.
 

REALIZAR ENTREVISTAS E/OU VISITAS E ORGANIZAR REUNIÕES DE PAIS


27 agosto 2010

TRABALHAR COM PAIS

BENEFÍCIOS DO TRABALHO COM OS PAIS
 
Trabalhar com os pais não é fácil mas é extremamente útil. A experiência e a investigação têm demonstrado que a participação dos pais nas actividades educativas dos filhos, embora difícil de operacionalizar e capaz de gerar grandes resistências no interior das instituições, só tem benefícios.
Esses benefícios observam-se num amplo leque de situações e competências. Relativamente às crianças e adolescentes, podemos destacar a melhoria dos níveis de aprendizagem (maior atenção e entusiasmo nas actividades), uma maior capacidade para utilizar na vida corrente esses conhecimentos, um desenvolvimento mais completo e harmonioso e uma representação mais positiva da aprendizagem e das instituições educativas. Também tendem a permanecer ligados à paróquia por mais tempo, indo mais longe e em menos tempo, com a consequente redução do abandono.
 
Do ponto de vista dos catequistas, apesar da já citada dificuldade em iniciar um programa de incentivo à participação dos pais, também beneficiam pelo facto dos catequizandos melhorarem a sua participação e postura, mas igualmente porque os pais podem colaborar eficientemente em muitas actividades que resultam pesadas para os primeiros, podendo ajudá-los a concentrar-se melhor na preparação e implementação das tarefas educativas próprias do seu papel. Neste sentido, os pais deixam de ser vistos como clientes distantes (por vezes ameaçadores ou conflituosos), e tornam-se em primeiro lugar,  colaboradores úteis e mais tardes verdadeiros parceiros educativos.
 
Os pais beneficiam através dos resultados obtidos com os filhos, mas também de forma directa, no sentido em que se vêm valorizados nas suas competências e saberes (quaisquer que sejam estes, formais ou informais), e todas as pessoas apreciam ser valorizadas. Por outro lado, as Paróquias são pólos formativos relevantes, embora frequentemente desaproveitados.  Queremos com isto dizer que são instituições frequentadas por pessoas com formação (intelectual, humana, religiosa) e experiência educativa (sacerdotes, professores, médicos, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais com talentos nas áreas da educação e formação, assim como muitos casais estruturados e experientes, independentemente do tipo da sua actividade profissional, alguns dos quais inseridos em movimentos de Igreja direccionados para a família e o casal). Aproveitando estes recursos humanos, e ainda os espaços e materiais que já existem nas paróquias, podemos trabalhar para favorecer e facilitar a participação dos pais na catequese dos filhos.
 
Assim, é possível conseguir para estes uma oportunidade de fazer um percurso catequético de adultos (catequese de adultos, catequese familiar)  pois talvez se aproximem mais para receber formação uma vez que já a procuram no seu papel de pais. Também podemos dar-lhes formação de apoio à função parental, facilitar-lhes o contacto estruturado e positivo com outros pais para poderem trocar experiências e até desenvolver um círculo de ajudas, e ainda favorecer a sua auto-estima e a imagem de si enquanto pessoas, sublinhando as suas capacidades e competência para ajudar a sua família, outras famílias e a paróquia, o que é importante para melhorar a sua capacidade de entender e educar os filhos. A melhor ajuda que podemos dar aos pais é a de os fazer sentir-se capaz de educar bem os filhos e incentivá-los a desenvolver um projecto educativo próprio.
 
NÍVEIS DE PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
 
Antes de uma paróquia se decidir a tomar medidas para promover a participação dos pais, deve começar por analisar qual é a participação actual. Uma participação inexistente,  escassa ou ineficiente é já uma forma de participação. Um projecto ou programa que vise promover novas formas de relação não vai ser construído sobre o nada, mas sobre a tradição e o hábito (pré-)existente. Sem os conhecer e integrar no novo projecto, corre-se o risco de não atingir os objectivos, quer por não se considerarem os hábitos e resistências anteriores, quer por se tentar uma realização que não corresponde nem às ideias nem às necessidades dos supostos beneficiários.
 
O segundo passo consiste em decidir que tipo e nível de participação vamos implementar, definindo objectivos a curto, médio e longo prazo, ou seja, para este ano, para os próximos dois, para daqui a três anos.
Embora os modelos de análise de participação dos pais variem, podemos sintetizar os diversos níveis em cinco escalões.
 
Nível
Participação
Pais Clientes
Educação parental (reuniões, grupos de reflexão)
Ajudar os filhos em casa
 
 
Pais Agentes
Comunicar com os Pais, frequentemente, em ambos os sentidos
Clima amistoso e aberto
Apoiar as actividades da catequese
 
Pais Parceiros
Defender pontos de vista, dar sugestões, ser consultado

Pais Colaboradores
Trabalhar em conjunto: os pais são colaboradores activos e encorajados a participar
Educação Partilhada
Participar nas decisões: educação partilhada, colaboração directa de todos, reflexão e planificação conjunta
 
 
“PAIS CLIENTES” - O primeiro é o mais elementar, uma vez que os pais são vistos como “clientes” (alguém que vai buscar alguma coisa à catequese: informação, formação), embora apesar de tudo se observem diferenças importantes na forma como esses clientes são tratados. Frequentemente os pais acham que as reuniões para que foram convocados não têm interesse, são mal organizadas e que os tratam de modo infantilizador (os promotores são os que sabem, os pais os que ignoram), os horários não são compatíveis com a sua vida profissional e familiar, e não têm onde deixar os filhos.
 
Os catequistas acham que os pais não aderem, que vão às reuniões em número reduzido,  normalmente sempre os mesmos e nunca os que “precisavam” (leia-se, aqueles cujos filhos “dão problemas”). Deste modo, a tendência revela um número escasso de ocasiões para encontro e diálogo, um grupo de promotores desmotivados e frequentemente pouco cuidadosos. Os “clientes” mostram-se cada vez menos assíduos, porque o produto não é atractivo nem adequado.
 
Aos “clientes” também é frequente solicitar-lhes o acompanhamento dos filhos em casa e a falta deste acompanhamento constitui uma falha habitualmente apontada quando as aprendizagens das crianças e adolescentes não são positivas ou o seu comportamento se revela  difícil, e infelizmente amiúde a única diagnosticada na globalidade do processo educativo. Como os pais não dão melhor ou maior acompanhamento aos filhos essencialmente por não saberem como ou não terem condições materiais ou psicológicas para o fazer, esse diagnóstico é sentido como uma acusação culpabilizadora, o que dificilmente incentiva uma mudança de atitudes.
 
Assim, mesmo relativamente ao nível mais elementar da participação dos pais, muito trabalho há a fazer, e de alguns aspectos importantes deste esforço nos ocuparemos mais adiante.
 
“PAIS AGENTES” - O segundo nível envolve mais os pais e considera-os mais plenamente como os agentes principais da educação dos filhos. A instituição quer beneficiar de um clima de proximidade, amistoso e aberto, em que as pessoas se conhecem bem e confiam umas nas outras. Este clima começa na organização dos espaço, disponibilizando salas para os pais esperarem pelos filhos, se encontrarem uns com os outros em condições de poder conversar e descansar dos seus múltiplos afazeres, e nos quais circulam os responsáveis da catequese, dispostos a estabelecer relações fortes e positivas, a aconselhar e a pedir ajuda. Tais espaços são também a sede de um esforço intenso de comunicação, usando cartazes, linhas de telefone (no dia tal, às tantas horas, é possível falar ao telefone com os responsáveis ou os catequistas; os catequistas telefonam periodicamente para conversar com os pais) e o envio de mensagens escritas, procurando que os pais estejam bem informados das actividades dos filhos e da sua fundamentação (explicar legitima as nossas opções).
 
Nalgumas paróquias, o esforço de estabelecer uma relação duradoura e profunda tem levado catequistas e sacerdote a fazer “visitas domiciliárias” às famílias que “nunca aparecem”, um trabalho particularmente difícil nas zonas mais degradadas das grandes cidades ou acidentado nas zonas rurais mais longínquas. Não é um trabalho que deva ser feito como uma iniciativa isolada de uma pessoa, nem apenas uma vez, pois há que ter em conta os problemas concretos a enfrentar, não poucas vezes de segurança, mas também porque não é legítimo criar-se expectativas nas pessoas que depois não são respeitadas. Por melhores que sejam as intenções, não se trata de ir à aventura. Mas é sempre possível reflectir sobre o que queremos oferecer às famílias e aos nossos catequizandos, estudar conscientemente as possibilidades materiais e humanas de ir mais longe, analisar as condições de que dispomos, assim como as ajudas a considerar de outras estruturas paroquiais e as possibilidades de uma trabalho sério feito em conjunto.
 
Por fim, estes pais, agentes educativos, podem ser solicitados e orientados para apoiar as actividades da catequese. É o momento de lhes propor participar na catequese familiar e/ou de adultos, tornar-se orientadores nas reuniões e cursos de pais, colaborar noutras instâncias da paróquia em que possam simultaneamente servir e aprender.
 
“PAIS PARCEIROS” - No terceiro nível, os pais são vistos como parceiros, pares e companheiros dos catequistas e professores, que os entendem e consideram tão aptos para as tarefas educativas específicas e para as comuns, tal como a si próprios. A partir deste nível, as crianças e adolescentes têm à sua disposição equipas concertadas de educadores, embora actuando essencialmente em espaços e tempos diversos. As diferenças de estatuto esbateram-se, partilham-se saberes e competências. Os pais são consultados, dão sugestões que são tidas em conta, têm oportunidade e público para defender os seus pontos de vista e são chamados para avaliar em conjunto. Também lhes é pedido que partilhem da sua experiência profissional, familiar e religiosa como “visitantes dos grupos”.
 
“PAIS COLABORADORES” - O quarto nível é o dos pais colaboradores, encorajados activamente pelos responsáveis a trabalhar em conjunto e dividir tarefas com os catequistas. Estão presentes nos períodos em que há catequese para acompanhar as crianças que vão chegando, para receber e informar outros pais, para fazer a ponte com os outros serviços da paróquia. Os outros serviços  podem e devem ser considerados recursos adicionais para a catequese uma vez que são espaços e actividades em que os jovens catequizandos vão aprendendo a viver a sua experiência de fé. Os pais colaboradores também auxiliam na produção de eventos e de materiais, tomando as decisões em conjunto com os catequistas, acompanhando a realização de actividades (festas, passeios, visitas, etc...).
 
Um aspecto importante da participação activa dos pais colaboradores consiste em ter presente na catequese (planificação, implementação e avaliação) a voz dos pais, como veículo dos seus problemas, interesses, necessidades e testemunho. Estes ajudam a catequese a direccionar-se para os problemas reais das pessoas, às quais o testemunho cristão deve dar resposta. Também são agentes de evangelização uma vez que a sua participação na catequese, inicialmente a dos filhos, lhes fornece a formação e o apoio moral e humano necessários para viver cristãmente a sua vida, nos diversos locais que as suas responsabilidades proporcionam.
 
“EDUCAÇÃO PARTILHADA” - No quinto nível deixamos de ter “pais” e “catequistas” para desenvolver um sistema de educação partilhada. Os pais participam nas decisões (e tão directamente quanto possível), têm todos uma colaboração directa que inclui a planificação e decisão. A catequese não é oferecida aos pais, é desenvolvida por estes, vivida por todos. Os pais são responsáveis pela catequese, pelos serviços de apoio, são catequistas e produtores de materiais. Os pais são também catequizandos e animadores de grupos diversos de apoio, integrados nos serviços paroquiais.
 

ORAÇÕES PARA CATEQUISTAS

SÚPLICA
 


Creio em Ti, Senhor!
Tu que criaste tudo o que me rodeia,
Que me deste a vida.
Creio em Ti, Senhor!
Tu que me conheces como ninguém.
Creio em Ti, Senhor!
Mas aumenta este meu crer,
Quando essa chama parecer querer apagar-se.



Hora Santa – Crisma adoração ao santíssimo


Componentes: Dirigente, Catequista 1 e 2, Leitor 1 a 8 e um proclamador

Abertura

(Sentados)
Dirigente – Neste momento diante de Jesus sacramentado, presente na Eucaristia, reconhecemos a bondade de nosso Deus, que pelo seu imenso amor, entregou seu único Filho a morte de cruz para nos salvar.

Todos – Jesus Sacramentado, Nosso Deus Amado.

Dirigente - Recordamos as palavras de Jesus Cristo: “ Minha alma está numa tristeza mortal, ficai aqui e vigiai” e nós responderemos:

Todos – Estamos aqui Senhor e contigo ficaremos e vigiaremos

Catequista 1 - Estamos aqui, Senhor, para te adorar, te bendizer e te louvar por este ato de amor. Estamos aqui em nome da Santíssima Trindade,

(em pé) – Canto - Invocação a Santíssima Trindade -Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui ...

Catequista 2 - E para que este tempo que passaremos vigiando junto com Jesus se realemnte especial, vamos pedir a luz do espírito Santo, que inspirará nossas palavras, orações e ações. Cantemos:

Canto – Vem, vem Espírito Santo, transforma minha vida, eu quero renascer

Dirigente - A adoração é um ato de amor, de respeito, de obediência, de submissão absoluta. Fiquemos de joelho e reconheçamos que tudo o que temos e o que existe é por causa de Deus.

Glória e louvores sejam dados a todo momento
Ao Santíssimo e Digníssimo Sacramento

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
Como era no principio, agora e sempre. Amém
(Pequeno momento de silêncio)

(Sentados)
Catequista 1 - Senhor, tu nos conhece e sabe de que barro somos feitos

Catequista 2 - Senhor, Tu nos sondas, conhece nossas vidas e nossos corações.

Dirigente - Abaixemos nossas cabeças e peçamos perdão: (pausa)

Leitor 1 - Pela falta de amor, compreensão e paciência. Como é difícil, Senhor, amar ao próximo como a nós mesmos. Como é difícil, Senhor, amar a nossos inimigos. Como é difícil, Senhor, fazer o bem sem querer nada em troca ...

Todos - Queremos ser misericordiosos e bondosos como é o nosso Pai que está no Céu

Leitor 2 - Perdão porque tiveste fome e não te demos de comer, tiveste sede e não te demos de beber, estavas nu e não te demos algo para vestir, estava doente e preso e não te fomos visitar.

Todos - Queremos ser misericordiosos e bondosos como é o nosso Pai que está no Céu
Canto Penitencial –Senhor tende piedade de nós, pelo bem que eu não fiz, pela paz que eu não quis. Piedade. Pelo irmão que eu matei, pelo pobre que eu julguei piedade!

Dirigente - Hoje recordamos o dia da entrega de Jesus, dia em que Ele se entregou por amor a cada um de nós. Hoje devemos parar e olhar para a cruz, pois essa é a grande prova de amor.

Proclamação - Lucas 23,33-47 (Proclamação em pé, o restante sentado)

Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda.
E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Eles dividiram as suas vestes e as sortearam.
A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus!
Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam:
Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.
Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: Este é o rei dos judeus.
Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!
Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício?
Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum.
E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!
Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.
Era quase à hora sexta e em toda a terra houve trevas até a hora nona.
Escureceu-se o sol e o véu do templo rasgou-se pelo meio.
Jesus deu então um grande brado e disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, dizendo isso, expirou.
Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: Na verdade, este homem era um justo.

Palavra da Salvação

Todos – Glória a Vós, Senhor.

Catequista 1 – Eles não sabem o que fazem. Jesus podia salvar a si mesmo, mas pela sua morte deu a salvação a todos.

Todos – Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!

Catequista 2 – Jesus é crucificado como criminoso. Pede perdão por todos aqueles que levaram a este destino, por não saberem que Jesus é portador da Salvação.

Todos – Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!

Leitor 3 - Jesus nós somos como aquele ladrão que pediu: “ Lembra – te de mim ...”. Nós te pedimos, lembra-te de nós e Você nos responde:

Todos - Estarás comigo no paraíso.
Canto – Ninguém te ama como eu

Dirigente - A campanha da Fraternidade de 2010 tras como tema: Fraternidade e segurança pública. Justiça é fruto da paz. Jesus sofreu em seu corpo as marcas da violência humana, sofreu também todas as mesmas angustias e dores que nós sofremos. E tem total autoridade de dizer: Vinde a mim vós todos que estais cansados e aflitos que eu vos aliviarei. Com esta certeza, peçamos:

Leitor 4 - Senhor nos proteja da falta de segurança pública, da criminalidade, dos assaltos, assassinatos, das drogas ...

Todos – Vem Senhor, vem em nosso auxílio.

Leitor 5 - Pelo desemprego, pelo pai e mãe de família que se encontram desesperados pela falta de dinheiro.

Todos – Vem Senhor, vem em nosso auxílio.

Leitor 6 - Pelo fim da violência, fim das guerras, da fome, do trabalho escravo, corrupção, impunidade, falta de ética e tantas outras formas de dominação e exploração

Todos – Vem Senhor, vem em nosso auxílio.

Leitor 7 – Por aqueles que sua vida e seus direitos desrespeitados. Crianças, pobres, mendigos, idosos...

Todos – Vem Senhor, vem em nosso auxílio.

Leitor 8 - Por aqueles que estão doentes e compartilham as dores do Cristo Crucificado.

Todos – Vem Senhor, vem em nosso auxílio.

(preces espontâneas)

Dirigente – Lembremo-nos também de Maria, a Mãe dolorosa, que acompanhou seu Filho em todas as horas difíceis e ficou de diante da cruz.

Todos – Maria, Mãe de Deus, rogai por nós

Catequista 1 - Cristo nos revelou o Pai e nos presenteou com uma Mãe

Todos – Ave-Maria, cheia de graça ... (em pé)

Catequista 2 – Rezemos também um Pai-Nosso pedindo a benção de Deus sobre as famílias do mundo todo.

Todos – Pai-nosso ...

Dirigente - Chegamos ao fim desta Hora Santa. Que paz de Deus esteja em nossos corações.
Canto Final (Canto de Paz) - Tenha a paz de Deus irmão, tenha a paz consigo com seus amigos e seus irmãos

Dirigente - Juntos peçamos a benção de Nosso Senhor sobre nós
Todos – O Senhor nos abençoe e nos guarde
Ilumine seu Rosto sobre nós e tenha piedade de nós
Mostre-nos o seu Rosto e nos conceda a paz
O Senhor nos abençoe: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

26 agosto 2010

ORAÇÕES DE CATEQUISTAS PARA CATEQUISTAS

AO FALAR DE TI...
 
Senhor,
Eu quero ouvir a Tua voz
Fazer florescer e frutificar a Tua Palavra,
Reconhecer-te, descobrir-te,
Em cada gesto,
Em cada palavra,
Em cada momento,
Em cada esquina da minha vida…
Perdoa o meu silêncio,
A minha falta de resposta…
 
Eu sei, Senhor,
Que tu conheces como ninguém
O meu coração fraco, débil,
Que a cada passo
Se deixa tentar pelo mal
Para depois se afogar em lágrimas de dor e desespero,
Eu sei também que a Tua mão
Está sempre estendida,
Pronta para me resgatar…
Vens ao meu encontro.
Perdoa, Senhor a minha cegueira,
Apura os meus sentidos e o meu coração
Para que sinta fome e sede de Ti
E Te possa sentir em tudo e todos…
 
Não permitas que o meu coração endureça,
Atrofie, se torne árido e seco,
Tendo a fonte tão perto de mim.
 
Não deixes que eu perca o brilho do olhar,
Ao falar de Ti.