Infelizmente essa afirmação vem sendo cada vez mais vista em nossa Igreja nos últimos anos. Após as crianças receberem a Primeira Comunhão, a catequese deveria ser continuada em um novo grupo voltado para esse outro “degrau” de Evangelização, a chamada Perseverança. Em algumas comunidades esse grupo também é chamado de “Mini-Jovem” ou infância missionária
• Mas porque essa Pastoral não vem tendo uma atenção especial por parte das Dioceses e Paróquias?
Bem, essa é a pergunta que precisa ser vista, e resolvida! É evidente que não podemos generalizar, mas, em esfera nacional, essa pastoral vem ficando a margem das demais. Depois da Primeira Comunhão essas crianças só retornam na época de preparação para a Crisma, aos 15 anos, porém, esse “vácuo” de 5 a 6 anos acaba sendo muito prejudicial para a formação espiritual desses jovens. Grande parte dessas crianças acaba não retornando mais ao convívio da comunidade. A vivência da Fé acaba enfraquecendo.
E não podemos esquecer que é nesse período da vida que as pessoas passam por grandes questionamentos, dúvidas em relação a tudo, agressividade, mudanças e descobertas, pois não estão amadurecidos. A participação em um grupo religioso torna-se essencial para que a fé desses jovens não seja minada pelo mundo nem pelas malícias do tentador.
A Perseverança entra nesse espaço, dedicando-se a todas as crianças e adolescentes que já fizeram a Primeira Comunhão com até 14 anos de idade. Como esse grupo não visa sacramento em si, como ocorre na Crisma, por exemplo, é necessário que os encontros da perseverança sejam bem dinâmicos; com temas doutrinais um pouco mais profundos; temas sociais que tenham a ver com a faixa etária deles; com uso de música, animação; encontros com outras comunidades, eventos, atividades sociais... Enfim, atividades de cativem a permanência desse jovem na comunidade. Daí vem seu nome, pois é na perseverança que essas crianças irão amadurecer e sentir-se cada vez mais parte da comunidade.
Esse grupo ajuda muito no engajamento da criança na paróquia, dá continuidade à vida cristã das crianças e faz com que elas tenham uma identidade maior com a comunidade e com a Igreja, colaborando para uma educação permanente na fé daqueles que já passaram pela Catequese Eucarística e fazer com que eles permaneçam até chegar a época de se preparar para o próximo sacramento de Iniciação Cristã, a Crisma.
Bem, os problemas mais vistos são a falta de catequistas de perseverança, a falta de livros e materiais específicos a disposição do catequista, cursos de formação, a ausência de participação ativa do sacerdote auxiliando nesse chamado das famílias para que as crianças e adolescentes entrem na pastoral, falta de espaço físico nas igrejas (horários, salas...), falta de atividades e eventos para essa faixa etária, dentre outras dificuldades.
Em alguns organogramas das igrejas vemos: Pastoral do Batismo, Pastoral da Catequese, Pastoral da Crisma, Grupo Jovens... Mas e a Perseverança? Alguns dizem que ela está vinculada à catequese, o que não estaria totalmente errado, entretanto, essa pastoral tem outro objetivo, não visa sacramento, trabalhará com esses “mini-jovistas” por alguns anos e não pode ser tratada nem deve ter encontros iguais à catequese de primeira comunhão porque essas crianças devem ver nessa nova pastoral, novidades e temas mais profundos e diferentes.
• Então, como uma paróquia pode melhorar esse cenário?
O padre pode formar um grupo de catequistas, adquirirem livros de apoio de Perseverança para fornecer aos catequistas.
Deve-se criar um calendário específico aonde os encontros semanais possam reforçar a formação católica e a espiritualidade através de: músicas, pregações, brincadeiras novas, momentos de oração, animação, lazer, eventos, confraternizações, coral, atividades em grupo, debates sobre temas diversos, dinâmicas, visitas a instituições carentes, dentre outros.
A paróquia pode organizar cursos de formação de catequistas focando a Catequese Renovada, com encontros dinâmicos e não “aulas” similares ao colégio...
A paróquia pode procurar saber se há cursos de formação para catequistas de perseverança na, diocese ou arquidiocese visando assim, preparar melhor os catequistas para essa pastoral. Aproveitar as fichas de inscrição das crianças da catequese para o envio de cartas para a casa desses jovens chamando para a perseverança, também durante as reuniões de pais das turmas de 2º ano já ir apresentando a pastoral aos pais.
Com a pastoral formada, escolher um slogan e um nome para o grupo, os quais podem ser vistos pelo próprio grupo.
Lembro que a catequese está presente em todas as idades e deve ser uma trajetória CONTÍNUA de Educação na Fé.
Leitor, a pastoral da perseverança é um grupo adolescente, que busca um novo amanhã. Porém, sabemos da importância de estarmos plantando-o hoje, para que ele possa nos dar muitos frutos. Viver é caminhar; todavia, sem perseverança, a nossa caminhada se torna difícil. E quando estamos em grupo, nos tornamos soldados de Cristo, mais firmes na Fé, partilhando todas as pedras e colhendo todas as flores em nossa vida.
Ser jovem é construir um mundo melhor, mas tudo depende do nosso SIM hoje. Faça florescer essa pastoral em sua paróquia. Se ela já existe, torne-a mais participante, forme melhor os seus catequistas, busque dinamizar os encontros, pois com certeza os frutos serão maravilhosos!
Como anda essa pastoral em sua comunidade?compartilhe conosco!
0 comentários:
Postar um comentário