Quando se fala em fé e em razão, a primeira coisa que vem a cabeça é que elas são incapazes de partilhar o mesmo ser, ou seja, ou se possui fé ou se possui razão.
Esse pensamento é acertado quando a baixa cultura a respeito das coisas da igreja é sub-julgada pela razão do mundo. Sim, neste caso, fé e razão não podem compartilhar o mesmo ser.
Por outro lado essa idéia é perfeitamente aceitável quando se entende a igreja, a história, a tradição e o magistério. Neste caso SIM, fé e razão podem “andar de mãos dadas”, pois sabe-se e aceita-se o limite da fé e sabe-se e aceita-se o limite da razão. O que cabe a fé e só pode ser explicado pela fé, é de competência da fé, e o que cabe a razão compete a razão.
Diante dessa realidade arrisco a dizer que existe “fé racional”, ou melhor, “fé inteligente” e essa se aplica quando TODOS os aspectos de um assunto são colocados “a mesa” e, tendo conhecimento pleno da doutrina católica, é capaz de perceber as nuances de cada questão.
Mas como conseguir a Fé inteligente.
A resposta é simples. Pela instrução a respeito das coisas da igreja...
É bom lembrar que quando nos referimos a instrução, estamos nos referindo diretamente a catequese, pois a palavra catequese esta diretamente ligada a instrução, instrução essa que não vem da idéia de alguém, mas sim da compilação de um linda doutrina disposta no tão conhecido CIC (Catecismo da Igreja Católica). É essa a doutrina que temos de ensinar...
Se não concordamos com essa doutrina, NÃO podemos ser catequistas, pois estaremos ensinando segunda a nossa moral, o que além de não condizer com a missão assumida, pois falamos pela igreja, caracteriza um pecado grave, se este for consciente, pois pode levar outros (catequizandos) a perdição eterna.
Um exemplo disso são as questões ligadas à sexualidade.
Infelizmente há catequistas que defendem a liberação do sexo antes do casamento, ou ainda o uso de preservativos como meio de proteção. E aqueles que defendem o aborto... (ufa..., sem comentários)
Deixando o aborto de lado e voltando as questões ligadas ao sexo, basicamente esses defendem tais idéias por 3 motivos prováveis: 1. Cometem o pecado contra a castidade e se respaldam na razão, ensinada pela mídia, para justificar seus atos. 2. A razão neste caso é maior que a fé, ou seja, há muita informação ligada ao “mundo” (prevenção, AIDS, método contraceptivo...) e pouca ligada à igreja. 3. Simplesmente desconhecem ou ignoram as instruções ensinadas no CIC.
O catequista que comete tal gafe, intencional ou não, se esquece do primordial. Ele “é cristão” ou pelo menos deveria ser.
E ai surge uma nova questão. O que é ser cristão?
Ao contrário do que muitos ensinam “ser cristão” não é apenas acreditar em Cristo, mas buscar, ainda que impossível, ser como Ele. E buscar ser como ele é “trazê-lo” ou melhor, trazer as suas idéias para essas questões.
Imaginemos...
O que Cristo falaria se fosse perguntado a Ele: Pode usar camisinha? Pode fazer sexo antes do casamento?
Talvez Cristo usasse uma de suas belas falas como: “Quem peca é escravo do pecado... (Jo 8, 34)” ou simplesmente Cristo responderia com um sonoro e manso NÃO, expondo que o amor a Deus deve transcender os desejos da carne e que o meio para conseguir vencer a tentação é a oração...
Claro que muitos dirão que Cristo não condenava as pessoas e isso é uma verdade, no entanto, ele sempre condenou as ações das pessoas se essas fossem erradas. Ele nunca deixou e nunca deixará de amar o pecador, mas sempre irá repudiar o pecado.
É isso, ser catequista é ser cristão, ou pelo menos procurar ser, em todo o seu intimo, e para ser cristão nos dias atuais e ainda catequista, não basta ter a fé do povo, que é boa e simples, mas é necessário possuir a fé “inteligente”, que se consegue por dois motivos. Primeiro é se instruindo tendo como base o CIC e segundo é orando, pedindo a Deus que nos dê a fé necessária para compreender a razão.
http://catequese-viva.blogspot.com/2011/05/fe-razao-e-sexo-e-possivel.html
0 comentários:
Postar um comentário